Templo dos orixás

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quinta-feira, 28 de março de 2013

História de São Jorge - Ditada pela Cabocla JACI, através da médium umbandista ANGÉLICA VALADÃO.

"São João Batista teve um primo carnal que nasceu de sete meses, recebendo o nome de Jorge. Viveu sete meses. Garoto robusto e de boa saúde, para quem nascera prematuro, a todos encantava e admirava pela rara beleza de traços e tez coroada, com longos cabelos caindo em cascatas de cachos dourados sobre a nuca.
No dia em que completava sete meses de vida, andou, falou e disse que queria voar, pois precisava aplacar e destruir a iria de um monstro no céu, que pretendia impedir que seu primo João batizasse o Salvador, que era nascido. Ninguém entendeu e todos ficaram cismados. Noite alta todos dormiam, quando um clarão acompanhado de estranho vento, invadiu os céus e a pobre choupana onde morava Jorge, seus pais e mais seis irmãos, foi sacudida violentamente pela força dos ventos, fazendo despertar toda família.
Alarmados e amedrontados no início, tal o pavor, que a todos afligia não se lembraram do garoto Jorge.
Ao correrem para o campo, na aldeia onde viviam as margens do Rio Jordão, mais perplexos ficaram e, hipnotizados, olhando o firmamento em clarão, assistiram um espetáculo que os seus humildes olhos viam, mas criam. Pois, não era o menino Jorge que montado em branco Corcel, de arreios em prata e ouro, alado, subia aos céus pelo vento, até que na lua passou!?
Trinta anos se passaram daquele estranho dia e toda família de pastores voltou, pouco a pouco, a normalidade dos seus afazeres, vez por outra deixando rolar uma lágrima, aquela lágrima saudosa das peraltices do pequeno Jorge, que distante, entre as estrelas, se tornara um bravo e solidário cavaleiro, guardião da Lua, de João, do Jordão e do moço Jesus de Nazaré.

Aproximava-se a hora da grande batalha, subia-o Jorge: Selou seu branco cavalo, pegou seu capacete, espada e escudo e correu os campos da Lua, em busca daquele cruel Dragão que se obstinava em impedir o recíproco compromisso entre João e o moço Jesus, de sobre, as águas do Jordão caudaloso, em nome do Pai - Espírito Santo Criador - fortalecem seus corpos e espíritos para as tarefas que estavam por vir.
Frente a frente, o destemido guerreiro da Lua enfrentou e dominou a terrível fera sob a forma de Dragão. Sua espada certeira e as patas do seu fiel ginete, por completo, destruíram aquela "coisa" das trevas.
Livres estavam os futuros guerreiros da terra: João que batizou Cristo e Cristo que batizou João, nas águas do Jordão.
No céu novo clarão apareceu: era o menino-homem, Jorge, vitorioso guerreiro.
         Na terra troncos de madeira ardiam as portas, de casa em casa fazendo daquelas colinas uma imensa fogueira, em louvor do cavaleiro de Jesus: São Jorge Guerreiro!".

História de São Jorge

Jorge teria nascido na antiga Capadócia no ano de 275, região do centro da Anatólia que, atualmente, faz parte da República da Turquia. Ainda criança, mudou-se para a Palestina com sua mãe após seu pai morrer em batalha. Sua mãe, ela própria originária da Palestina, Lida, possuía muitos bens e o educou com esmero. Ao atingir a adolescência, Jorge entrou para a carreira das armas, por ser a que mais satisfazia à sua natural índole combativa. Logo foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade — qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde da Capadócia. Aos 23 anos passou a residir na corte imperial em Nicomédia, exercendo a função de Tribuno Militar.

Nesse tempo sua mãe faleceu e ele, tomando grande parte nas riquezas que lhe ficaram, foi-se para a corte do Imperador. Jorge, ao ver que urdia tanta crueldade contra os cristãos, parecendo-lhe ser aquele tempo conveniente para alcançar a verdadeira salvação, distribuiu com diligência toda a riqueza que tinha aos pobres.

O imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos e no dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os romanos deviam se converter ao cristianismo.

Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo. Indagado por um cônsul sobre a origem dessa ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da Verdade. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: “O que é a Verdade?”. Jorge respondeu-lhe: “A Verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e Nele confiando me pus no meio de vós para dar testemunho da Verdade.”

Como Jorge mantinha-se fiel ao cristianismo, o imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Todavia, Jorge reafirmava sua fé, tendo seu martírio aos poucos ganhado notoriedade e muitos romanos compadeceram-se das dores daquele jovem soldado, inclusive a mulher do imperador, que se converteu ao cristianismo. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito, mandou degolá-lo no dia 23 de abril de 303, em Nicomédia (Ásia Menor).

Os restos mortais de São Jorge foram transportados para Lida (Antiga Dióspolis), cidade em que crescera com sua mãe. Lá ele foi sepultado, e mais tarde o imperador cristão Constantino mandou erguer suntuoso oratório aberto aos fiéis, para que a devoção ao santo fosse espalhada por todo o Oriente.

São Jorge foi sincretizado na nossa Umbanda com o Orixá Ogum. Na verdade, creio que podemos dizer que São Jorge, assim como Santo Expedito, são hoje na espiritualidade espíritos que se adequam às propriedades do Orixá Ogum, e da mesma chefiam suas falanges, nos ajudando a combater as demandas diárias, as nossas lutas pessoais, as perseguições insensatas que as vezes sofremos. Protegem-nos do ataque das sombras quando queremos evoluir, quando tentamos superar nossas fraquezas, nos apoiam quando nos propomos a não repetir erros do passado. A força de Ogum nos dá firmeza, nos dá tenacidade, nos dá empenho, não nos deixa nos abater, e se caímos , Ogum e seus seguidores de Luz nos levantam, da mesma forma que somos advertimos se fugirmos da Justiça, se não estivermos enxergando o lado certo do caminho, se nossas palavras de Fé não condizerem com nossos atos.

A espada e o ferro que simbolizam Ogum trazem a mensagem de Lei cumprida, benevolência, coragem e a magia. Ogum é o dono das estradas, sua espada e seu escudo é tudo o que tem e o que lhe basta. Mas Ogum também tem o domínio do caminho entre os Mundos, e a ele lhe prestam respeito todos os Exus.Estes guardiões executam a Lei em todos os planos em qualquer lugar, sob a ordem de Ogum.

OGUNHÊ MEU PAI!