No dia em que
completava sete meses de vida, andou, falou e disse que queria voar, pois
precisava aplacar e destruir a iria de um monstro no céu, que pretendia
impedir que seu primo João batizasse o Salvador, que era nascido. Ninguém
entendeu e todos ficaram cismados. Noite alta todos dormiam, quando um clarão
acompanhado de estranho vento, invadiu os céus e a pobre choupana onde morava
Jorge, seus pais e mais seis irmãos, foi sacudida violentamente pela força dos
ventos, fazendo despertar toda família.
Alarmados e
amedrontados no início, tal o pavor, que a todos afligia não se lembraram do
garoto Jorge.
Ao correrem para o
campo, na aldeia onde viviam as margens do Rio Jordão, mais perplexos ficaram
e, hipnotizados, olhando o firmamento em clarão, assistiram um espetáculo que
os seus humildes olhos viam, mas criam. Pois, não era o menino Jorge que
montado em branco Corcel, de arreios em prata e ouro, alado, subia aos céus
pelo vento, até que na lua passou!?
Trinta anos se
passaram daquele estranho dia e toda família de pastores voltou, pouco a pouco,
a normalidade dos seus afazeres, vez por outra deixando rolar uma lágrima,
aquela lágrima saudosa das peraltices do pequeno Jorge, que distante, entre as
estrelas, se tornara um bravo e solidário cavaleiro, guardião da Lua, de João,
do Jordão e do moço Jesus de Nazaré.
Aproximava-se a
hora da grande batalha, subia-o Jorge: Selou seu branco cavalo, pegou seu
capacete, espada e escudo e correu os campos da Lua, em busca daquele cruel
Dragão que se obstinava em impedir o recíproco compromisso entre João e o moço
Jesus, de sobre, as águas do Jordão caudaloso, em nome do Pai - Espírito Santo
Criador - fortalecem seus corpos e espíritos para as tarefas que estavam por
vir.
Frente a frente, o
destemido guerreiro da Lua enfrentou e dominou a terrível fera sob a forma de
Dragão. Sua espada certeira e as patas do seu fiel ginete, por completo,
destruíram aquela "coisa" das trevas.
Livres estavam os
futuros guerreiros da terra: João que batizou Cristo e Cristo que batizou João,
nas águas do Jordão.
No céu novo clarão
apareceu: era o menino-homem, Jorge, vitorioso guerreiro.
Na terra troncos de madeira ardiam as portas, de casa em casa fazendo daquelas
colinas uma imensa fogueira, em louvor do cavaleiro de Jesus: São Jorge
Guerreiro!".
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